Em janeiro de 2016, o Núcleo Especial de Atenção à Criança (NEAC), presente no bairro Comari, em Campo Grande, foi o projeto vencedor do segundo edital Canal Digital, realizado pela Agência do Bem. O edital propicia a montagem de um laboratório com 10 máquinas compostas de monitores de 32 polegadas mais os periféricos, além de todo o mobiliário e custeio mensal do professor. A iniciativa, que tem como objetivo ampliar o acesso de crianças e jovens ao campo da informática, teve origem na própria sede da Agência do Bem, em Vargem Grande, com o desenvolvimento de um laboratório e de uma metodologia diferenciada de ensino para os alunos.
Em 1994, sob a estrutura de um paraquedas, o NEAC começava suas primeiras atividades, atendendo crianças que se encontravam fora das escolas. A diretora da ONG, Selma Pacheco, ressalta que o projeto tem como missão reverter o processo de exclusão por meio do fortalecimento da educação. Hoje a organização atende 150 crianças e jovens entre diferentes atividades, e foi cinco vezes vencedora do prêmio Itaú UNICEF. Apenas no Canal Digital são atendidos dez alunos por hora, incluindo jovens com necessidades especiais, com idades que variam dos 07 aos 14 anos. As aulas de informática contam com a tecnologia educacional Computer Toys, que desenvolve softwares personalizados, com integração entre diversas ferramentas e projetos pedagógicos.
Desde o início do Canal Digital, em Campo Grande, cerca de 70 jovens já foram beneficiados com a iniciação ao mundo digital. “A informática me ensinou sobre a importância da água e também sobre o lixo, sobre a dengue, o folclore brasileiro e o meio ambiente”, diz Maria Eduarda, de 09 anos. A aluna Emily, de 11 anos, disse que aprende tantas coisas com a informática que se fosse escrever sobre todas elas teria que redigir um texto. Além de maior conhecimento, a iniciativa é uma forma de potencializar as futuras chances de empregabilidade.
O projeto Canal Digital também já esteve no morro do Alemão, em parceria com o grupo sociocultural Raízes em Movimento, o qual fazia parte também do coletivo de instituições sociais “Juntos pelo Alemão”, possibilitando o maior acesso à informática para a região.