A fala do vice-presidente da Agência do Bem, Elio Raymundo, ao abrir o 13º Fórum da Rede do Bem, já convidava a plateia para uma reflexão mais ampla e integrada sobre o terceiro setor: “Num país em que R$ 15 a 20 bilhões de recursos são disponibilizados anualmente para o trabalho social, a competição entre as 350 mil organizações que existem no Brasil é acirrada. A organização que não estiver trabalhando nessa perspectiva dos ODS vai ficar para trás.”
Realizado no dia 28/07, no auditório do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), o evento abordou os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e o tema ‘’Captação de Recursos’’. A convidada para falar sobre o ODS “Erradicação da Pobreza” foi Laura Jungman, do Centro Mundial para Desenvolvimento Sustentável (Centro Rio +).
Por meio de gráficos e relatórios, Laura demonstrou diversos conceitos e ações desta luta em todo o mundo, e como isso torna ampla a agenda dos objetivos, que precisa se adaptar a mais de 200 países, chamando também atenção para o aspecto multidimensional da pobreza, indo além da questão financeira e trazendo dificuldades na medição dos indicadores na prática. Ainda assim, Laura disse que “o Brasil conseguiu se tornar um caso de sucesso, e exportou o modelo que teve para trabalhar com redução de pobreza e acabar com a fome, para outros países”.
O segundo bloco foi conduzido por Renata Linhares, captadora de recursos da Sitawi Finanças do Bem. Segundo pesquisa apresentada, o Brasil é o 105º país no ranking de doadores. “Não temos cultura de doação no país. Isso é histórico”, disse.
A necessidade de que as organizações dediquem um tempo e setor específico para a captação foi enfatizada, uma vez que a busca por recursos requer grande dedicação, como a diversificação dos apoiadores, evitando uma única fonte de recursos, o acompanhamento dos editais de grandes corporações e a criação de campanhas, que juntos ajudam a pavimentar um caminho para a captação.
Além das newsletters e redes sociais, Renata destacou a importância das estratégias como o ‘’Crowdfunding’’, onde é possível fazer uma espécie de vaquinha virtual, e o ‘’Matchfunding’’, dando exemplos de plataformas e aplicativos onde as organizações podem receber parte da receita da venda online de produtos.