A Agência do Bem, por meio da Rede de Organizações do Bem, concede à família Rubens Paiva o Prêmio Eny Moreira de Direitos Humanos de 2025. A honraria reconhece trajetórias que simbolizam a luta pela democracia, pela justiça e pela preservação dos direitos humanos no Brasil.
A história da família Rubens Paiva é um marco nesse caminho. Rubens Beyrodt Paiva foi engenheiro civil e deputado federal pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Rubens teve seu mandato cassado após o golpe de 1964, em razão de sua firme defesa da soberania nacional, da Petrobras e da reforma agrária.
Em janeiro de 1971, Rubens Paiva foi preso, torturado e assassinado por agentes do Estado, tornando-se um dos casos mais emblemáticos de desaparecimento político forçado no país.
Após o desaparecimento do marido, Maria Eunice Facciola Paiva enfrentou repressão estatal ao assumir com coragem e determinação os cuidados com os cinco filhos do casal. Mais tarde, uma de suas filhas, Vera, e Eunice voltariam a estudar e se formariam em Direito aos 48 anos, tornando-se uma advogada respeitada.
Atuou em debates da Constituinte, contribuindo na luta contra as desigualdades sociais e tomou-se uma das principais referências da saúde indígena no Brasil.
Rubens e Eunice tiveram cinco filhos: Vera Silvia, Maria Eliana, Ana Lúcia, Marcelo Rubens e Maria Beatriz.
Cada um deles seguiu trajetórias marcantes, mantendo vivo o legado dos pais. Marcelo Rubens Paiva destacou-se como escritor, roteirista e jornalista; Eliana Paiva atuou como consultora na área de mídia; Ana Lúcia seguiu carreira editorial e de literatura no Brasil e África; Beatriz Paiva construiu carreira na área de psicologia; e Vera Paiva tornou-se professora titular da Universidade de São Paulo, dedicando-se à causa dos direitos humanos e saúde pública.
A trajetória da família Rubens Paiva simboliza a resistência, a busca por justiça e a defesa dos direitos humanos em um período conturbado da história.